São áreas com predomínio de vegetação de campos (gramíneas), com árvores escassas, rios com mata ciliar pouco evidente, normalmente ocorrente na zona tropical, é conhecida no mundo como grassland e uma de suas características principais é a alternância de estações secas chuvosas.
O HOMEM E AS SAVANAS - PRESSUPOSTOS
1. PRIMEIRAS TRIBOS
De acordo com pesquisas da Hypescience, artigo original em:
http://hypescience.com/desenvolvimento-de-savanas-esta-relacionado-com-a-evolucao-dos-hominideos/
As savanas africanas – e não as florestas – podem ter sido o berço da evolução humana. Esse ecossistema pode ter abrigado nossos antepassados em momentos cruciais da evolução. A linhagem humana se originou cerca de 2,5 milhões de anos atrás, coincidindo com a expansão das savanas (pradarias com árvores) em toda a África Oriental. Pesquisadores afirmam que essas savanas foram fundamentais para nossa evolução, pois a posição ereta foi possível pela substituição das florestas tropicais pelos espaços abertos das savanas. Assim, as mãos ficaram livres para o uso de ferramentas. Um novo estudo com isótopos de carbono de solos antigos demonstrou que, aparentemente, a gramínea e as árvores espalhadas da savana prevaleceram pelos últimos 6 mil anos no leste africano, onde alguns dos mais antigos fósseis humanos foram encontrados. Onde quer que encontremos ancestrais humanos, encontramos evidências de habitats abertos, semelhantes aos cerrados – muito mais semelhantes com savanas do que com florestas. Ao que tudo indica, até mesmo os nossos ancestrais australopitecos, típicos moradores de florestas, tinham parte da dieta com gramínias e plantas relacionadas com a savana, pelo menos nas épocas de calor. Antes das descobertas da nova pesquisa, muitos cientistas acreditavam que as savanas tinham surgido depois, cerca de 2 milhões de anos atrás. O estudo sugere que o desenvolvimento do bipedismo, 4 milhões de anos atrás, é extremamente relacionado com as savanas. Os ancestrais humanos possivelmente preferiram as florestas inicialmente porque elas forneciam comida, abrigo e sombra. O que poderia ter, em seguida, promovido a evolução dos hominídeos – as espécies da linhagem humana que vieram depois dos chimpanzés – foram os diversos novos recursos disponíveis em savanas e em suas proximidades.
2. OUTRAS TEORIAS
http://www.ecodesenvolvimento.org.br/posts/2012/fevereiro/acao-humana-interferiu-na-formacao-de-savanas-ha-4#ixzz1vSNkPIkz
Nada de Revolução Industrial. A interferência do homem no clima e bioma terrestre pode ter começado há 4 mil anos. Uma pesquisa francesa publicada no site da revista Science concluiu que o surgimento das savanas na África, entre 3.500 e 4.000 anos atrás, coincidiu com o início da exploração da agricultura no local. Durante anos, os cientistas explicaram a transição de florestas tropicais para savanas apenas como uma consequência das mudanças climáticas que o planeta sofreu. No entanto, a análise de sedimentos no fundo do Rio Congo, um dos maiores do continente, revelou que a região passou por mudanças climáticas abruptas na mesma época em que fazendeiros bantus chegaram ao local, após deixar a área onde hoje se encontra Camarões e Nigéria. No vale do rio Congo, o desmatamento, a segunda causa global de liberação de gases que causam o efeito estufa na atmosfera, foi iniciado pelo povo Bantu, uma das mais antigas etnias africanas. Eles devastaram áreas de florestas tropicais para plantar palmeiras, milheto e inhame, culturas que necessitam muita luz do sol. As análises do leito do rio mostram que houve um aumento significativo no depósito de sedimentos na época do advento da agricultura no local. Os bantus também cortaram árvores para a produção de carvão vegetal, com o qual se mantinham aquecidos, cozinhavam e produziam armas e outros artigos de metal. Os resultados sugerem que a intensificação do uso da terra pelos humanos teve um impacto significante na floresta tropical já naquela época. Segundo os pesquisadores, o grupo teria acelerado o processo de erosão na área ao derrubar árvores para criar terra arável e para as fundições. Assim, o clima na África Central transitou de quente e úmido, como o da Amazônia brasileira, para sazonal, com uma estação seca e outra chuvosa. Ao longo do rio Congo, a floresta tropical sobreviveu, mas savanas e desertos se formaram nas proximidades e comprometeram vários de seus afluentes. Atualmente, as florestas que sobraram no centro da África continuam ameaçadas pela ação do homem, por meio da agricultura e da mineração, além do avanço dos desertos.